Recentemente eu revisei o CV de um colega que queria definir uma estratégia mais clara de carreira. Ela tinha uma ótima experiência. Mesmo assim, olhando com mais calma, eu pude ver o problema com o qual ela se preocupava: ela tinha feito tantas coisas, em tantas áreas diferentes, que era difícil definir seus principais atributos, send assim, difícil para recrutadores definirem onde ela se encaixava.
Conforme conversamos ficou claro que o CV era apenas um sintoma de um problema mais crítico: no esforço em ser uma profissional útil e flexível ela disse “sim” a muitos bons projetos e oportunidades. Ela acabou ficando com a sensação dúbia de ter muito trabalho e ainda assim sentir-se subutilizada (em termos de potencial). As pessoas acabam nestas situações pelos seguintes motivos:
Etapa 1: Pessoas competentes são movidas a conquistas.
Etapa 2: As outras pessoas percebem que elas são competentes e lhes atribuem várias tarefas.
Etapa 3: As pessoas competentes ganham a fama de “resolve tudo”. Eles se tornam o bom e velho [insira um nome aqui], que está sempre à disposição quando você precisa.
Etapa 4: Pessoas competentes acabam executando bem muitos projetos, mas perdem o foco do que seria seu ponto mais alto de contribuição, definida pela intersecção de talento, paixão e mercado. Assim tanto a empresa, quanto o funcionário saem perdendo.
Parte disto ocorre pelo fato dos gestores da empresa não percebem como realmente fazer o melhor uso do profissional e parte ocorre por nossa própria culpa, na falta de discernimento para definirmos os melhores rumos para nossa carreira.
Na conversa com minha colega, nós trabalhamos para identificar o Ponto Mais Alto de Contribuição (clique aqui para entender mais sobre este conceito) dela e desenvolver um plano de ação para uma carreira com uma estratégia mais focada.
É sempre importante termos em mente que em determinados momentos de nossa carreira, precisaremos “nos vender” ao mercado e precisamos ter uma imagem melhor definida, o tal do personal branding para sermos considerados candidatos de alto potencial para alguma posição que almejamos.
Se você se identifica com o exposto acima, você não está sozinho: tenho trabalhado com gerentes e executivos ao redor do país e observo que este é o erro #1 que eu vejo profissionais competentes cometerem. Lembre-se: o rumo de sua carreira pertence a você, não terceirize sua carreira, não responsabilize os outros ou sua empresa pelo rumo que ela tomou.
Uma verdade inconveniente é: por mais que sejamos flexíveis e multitarefas, as pessoas (colegas ou recrutadores) só nos enxergam de uma maneira: ninguém vai enxergar você como um advogado, professor, editor e empreendedor ao mesmo tempo… algo precisa ser único em você. Você precisa de uma “cara” para o mercado. Em alguns momento é importante que você seja o Augusto de Custos, a Marisa do Planejamento, ou o Almeida, professor da USP.
Lembre-se sempre de:
E você, já se sentiu desta maneira? Deixe seu comentário e compartilhe com seus colegas para que eles também possam evitar cair nesta armadilha.
Está com problemas para desenvolver sua carreira, entre em contato: augusto@outliers.com.br
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