Nosso ensino superior (na maioria dos cursos) é extremamente ultrapassado. Em muitas carreiras, caso seu pai tenha feito um curso superior, as aulas e matérias que ele teve são exatamente iguais as que você também teve (ou terá), só que agora algumas são criadas em PowerPoint.
As universidades brasileiras são extremamente quadradas, no sentido de que, quando você se matricula em um curso, quase a totalidade das matérias é relacionada exclusivamente àquele curso, não permitindo uma formação mais abrangente. Desculpe informa-los, mas o mundo moderno e digital não funciona mais desta forma linear.
O aluno não tem a flexibilidade de montar uma grade que lhe permita um conhecimento multidisciplinar, como ocorre em sistemas de ensino mais avançados, como o modelo escandinavo ou o adotado nas melhores escolas americanas.
O que é preciso para ser um bom profissional atualmente?
Para responder a esta pergunta, vou focar na minha área de formação, Ciências Contábeis, mas o que eu vou escrever se aplica a quase todas as áreas.
Para se destacar e ter uma vida profissional (como funcionário ou empreendedor) bem sucedida, vamos considerar que um profissional precise de:
Resumindo, atualmente nossas universidades e faculdades formam pessoas para exercerem uma atividade e não para serem profissionais dinâmicos e flexíveis que a sociedade atual demanda.
Na opinião do autor, isso acontece pois em nosso país muitas vezes a solução “mais fácil” é priorizada. Seria muito mais difícil para as universidades montarem grades de estudo multidisciplinares, com matérias de carga horária variada (o que evitaria os famosos conteúdo para “encher linguiça”), trazendo diferentes especialistas que não são necessariamente professores da faculdade e por aí vai.
Por exemplo: Na Finlândia, eu cursei uma matéria chamada “International Finance”, com 8 horas de duração. Esta carga horária era suficiente para esta matéria e assim foi possível trazer um professor especialista de Luxemburgo para ministrar as aulas. Outras matérias tinha, carga horária de 60 horas, outras eram apenas online e assim por diante.
O “X” da questão aqui é: isso é muito mais trabalhoso. Não vou nem entrar no mérito das faculdades “caça níquel” geridas por fundos de investimento que se espalharam no Brasil. Dizer que elas não tem comprometimento nenhum com o ensino seria chover no molhado. Estou falando das boas universidades que temos por aqui e que teriam potencial para implementar algo deste tipo.
Quando nossas universidades irão se adequar à nova realidade social, econômica e passará a realmente formar profissionais para um mundo digital e não linear?
Eis aqui o ponto que afeta todos nós: quem não buscar conhecimento e procurar ter um entendimento maior das mudanças que estão ocorrendo na sociedade pós-Internet e principalmente da velocidade destas mudanças, terá problemas para se manter no mercado de trabalho ou mesmo manter uma empresa própria em pleno funcionamento. E eu não estou falando de um futuro longínquo, estou falando de 10 a 15 anos.
Veja neste vídeo o exemplo da sueca Hyper Island e como funcionam seus cursos (a Hyper Island começou como escola livre e agora tem cursos de graduação):
Deixo vocês com duas questões:
– Na maioria das carreiras, um diploma universitário terá o mesmo valor daqui a 10 anos, considerando a ampla gama de informações que já temos disponíveis online atualmente?
– Quanto tempo nosso mercado de trabalho irá levar para reconhecer que o conhecimento que uma pessoa trás, vale mais do que um diploma ou certificado?
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